O menino pediu a irmã mais velha para o levar na rua para soltar pipa. Era quinta , tarde ensolarada. O sol brilhava as três como se fosse meio – dia. A pipa simples branca e azul com rabiola de plástico e cabresto de dois. Linha sem cerol , o menino era de apartamento e sempre olhou da janela a criançada controlando o destino desses passarinhos de papel. Mas uma tarde ele disse assim:
- Maninha eu vou para a rua!
E a irmã espantou-se e indagou.
- Que isso menino , fazer o que na rua? lá fora é tão perigoso é melhor você ficar aqui no conforto da nossa casa.
Na grandeza de sua inocência o menino explicou.
- Quero soltar pipa. Olha só maninha! lá fora não é perigoso nada e fica calma que eu te protejo.
A irmã na pequenez de sua experiência tentou assustar e se impor.
- Garoto você não sabe o que está dizendo! Na rua tem é muito bandido, gente que rouba criancinha, carros passando toda hora, e além do mais esses meninos que soltam pipa brigam e tudo e só por causa de um pedaço de papel que voa um instante e no outro cai... porque assim é a vida garoto.
O menino caiu numa gargalhada sem tamanho, riu, mas riu tanto que chegou a faltar o ar e dois segundos de pausa e tornou a gargalhar, deixando sua irmã enfurecida e sem entender. Até que então ela bradou!
- Moleque você está rindo de quê? É perigoso sim! eu sei o que estou falando já vi muitos casos de morte por causa de pipa sabia, esse cerol que vocês usam pode até matar, eu como sua irmã mais velha estou te protegendo! Ouviu bem? PRO–TE–GEN-DO e não insiste por que eu sei o que eu estou falando.
Depois dos gritos desafinados da maninha mais velha o menino rolou no chão de tanto rir, mas uma risada tão boa que se comparássemos sorrisos com notas musicais, a gargalhada do menino seria como uma sinfonia de Villa Lobos. E num ímpeto infantil da experiente irmã mais velha , ela tomou uma atitude drástica para calar os sorrisos musicais do menino , do menino que só queria empinar uma pipa. Ela quebrou a pipa do menino. Ai menino parou de rir e ensinou.
- Se ser prudente é não acreditar que o vento poderia estar ao menos uma vez ao meu favor, obrigado por quebrar a minha pipinha. Vou voltar pro video-game.
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